Monday, May 30, 2005

Graduacao dos amigos


Dia de graduacao dos alunos da BAC

Recebi varias fotos do festa de graduacao da minha amiga argentina e resolvi colocar uma aqui. Essa foto foi tirada em frente ao predio onde estudo, a BAC- Boston Architectural Center, antes da cerimonia de formatura. Na sexta a noite eu fui ao coquetel que a escola ofereceu aos amigos e familia dos graduandos (esse blog gosta de contar estorias fora de ordem cronologica). No sabado foi a cerimonia formal como acontece uma vez por ano, sempre na mesma epoca. Isto e', mesmo eu terminando meu curso esse ano, so ano que vem poderei estar colocando bata p/ oficialmente comemorar... E' isso, ANO QUE VEM ESTAREI EU NESSAS FOTOS! :):):)

Eu numa ilha

Estou me acostumando com o ato solitario de escrever aqui. E’ como se eu morasse fora do mapa entre o mundo dos blogeiros. Todo mundo tem um endereco que pode ser rastreado atraves do blog de alguem… E assim as pessoas vao navegando umas atraves das outras. Eu nao, poucos me tem como link. Juro como tenho tentado arranjar tempo de visitar outros blogs, de fazer amigos virtuais por ai… O problema e’ que a consciencia pesa quando desvio a atencao da minha tese, esta seeempre me chamando de volta a obrigacao. Paranoia? Hum. Pior ainda, ate quando vou atras de blogs, procuro os que tenham pelo menos um pezinho no mundo das artes e arquitetura. Se nao for assim, os donos do blog tem que ter algo que prenda minha atencao- seja intimidade com um determinado assunto, maestria no uso das palavras ou estorias interessantes p/ contar-, senao eu volto para minha busca primeira: arquitetura e etc.

Minha falta de tempo agora se aliou a falta de paciencia; nao so para ler blogs, mas seja la o que for que nao tenha haver com arquitetura. Se nao pirar nesses dias, ainda chego la… Eu tinha o habito de ler o jornal diariamente no trem, absolutamente tudo me interessava (menos a coluna de esporte). Agora, confesso que nem tanto. Se eu era esponja para informacao, agora eu me espremo antes de me sentir "encharcada” (metafora para um curto-circuito mental). Para mim, 20 minutos ja deu p/ la da conta p/ saber o que esta acontecendo no mundo; ja sao suficientes p/ manter o “small talk” com cafe p/ aquela manha no trabalho. Afinal, ainda tenho meu vicio de escutar radio o dia inteiro para me conectar com as noticias do mundo. Por mim, ate esse blog era so sobre arquitetura… A vida formada de poesia concreta, nada alem…

Todo homem e’ uma ilha. Eu nao sou homem mas me sinto uma ilha. Quem vai habitar o que eu construir por aqui?...

Saturday, May 28, 2005

Vagando entre linhas e pensamentos...

Hoje passei a maior parte do dia “viajando” com os livros que comprei ontem:

Studies in Tectonic Culture, by Kenneth Fampton (um dos meus criticos de arquitetura preferidos em suas profundas interpretacoes arquitetonicas)

Louis Kahn: Essential Texts, edited by Robert Tombly (esse livro vai ser meu companheiro de leitura no trem proxima semana; quanta poesia! quanta sensibilidade na forma de falar sobre arquitetura…)

Form follows Libido: Architecture and Richard Neutra in a Psychoanalytic Culture da professora da UCLA University Sylvia Lavin (notei que esse livro toca em certos aspectos relacionados a minha tese)

Carmem Pinos: an Architecture of Overlay, by Ana Maria Torres (o livro foca na magnifica carreira da arquiteta espanhola apos terminada sua parceria com Enric Miralles (ex: o cemiterio de Igualada, projeto que escrevi um artigo p/ uma aula))

S, M, L, XL, by O.M.A, Rem Koolhaas and Bruce Mau. (comprei ja faz um tempinho, mas so hoje tive tempo de ler umas paginas; nao me surpreendi com esse polemico livro)

Agora sao 9:30 da noite e minha mesa denuncia minha pouca producao do dia. As ideias que passaram na cabeca hoje ainda nao se traduziram no papel ou qualquer outra forma representacional. O jeito e’ acordar cedo amanha p/ tentar compensar… Mesmo o dia lindo la fora nao me persuadiu de que teria algo mais gratificante ha se fazer do que ter passado o dia sentada nessa cadeira… Alucinacoes de uma mulher que ama o que faz.

Wednesday, May 25, 2005

“Vao-se os aneis, ficam-se os dedos…”

Dia cinzento, pensamentos cinzentos... Morar aqui ha tanto tempo me faz perceber o quanto o clima pode influenciar meu comportamento. Mesmo em meio da primavera, a semana vai ser toda de chuva. Um dia assim ja me decreta que, seja la o que aconteca hoje, minha mente involutariamente ira dramatizar…

Hoje eu tive vontade de usar aqueles brincos que… Ops, lembrei… Nao existem mais… Foi-se na ocasiao de minha ultima ida ao Brasil. Alem de tudo que coincidentemente sempre da’ errado durante as minhas viagens ao Brasil, acrescentei mais uma lembranca traumatica na minha ultima ida em dezembro… Apos eu e meu marido descobrirmos que o voo estaria atrasado indefinidamente, passamos horas tentando montar um novo roteiro. Apos 6 horas de espera nos colocaram em um voo p/ Nova York. Eu tentava cochilar nas desconfortaveis cadeiras do aeroporto, pois tinha passado 3 dias seguidos sem dormir terminando de preparar o livro com a proposta da minha tese… Um casal amigo me fez o enorme favor de ir entregar a proposta para mim naquela manha antes de nos deixar no aeroporto. A segunda opcao de voo tambem atrasou; perdemos a connecao saindo de Nova York. Resultado: tivemos que dormir la e perdemos a noite de Natal com toda a familia reunida… Nao bastasse isso, no voo saindo de SP, ja entrando na aeronave da VARIG (eu tenho que registrar aqui), a aeromoca nao me permitiu entrar com minha mala de mao. Fiz cara feia e argumentei, ja que vi outras pessoas entrando com as suas. Como nao gosto de confusao, quando nao convenci, acabei cedendo. Esqueci totalmente um detalhe importante: a caixa com minhas joias e todos os meus brincos estava na mala de mao, ja que minha bolsa ja estava aborrotada de apetrechos e coisas p/ ler na viagem. Erro que nunca vou esquecer. Depois de mais espera em Sao Paulo e em Recife, ainda tivemos que ir de carro ate JP. Enfim… Quase 60 horas depois, chegamos a casa de meus pais… Muitos beijos e abracos para matar a saudade depois, chegou a hora de dessarrumar a mala... Foi ai que notei a falta da caixa… Naqueles dias que estive perto da minha familia e meus amigos aquele fato nao me incomodou. Engracado como so’ hoje, por causa de um repentino desejo de usar algo que me pertencia, tantas lembrancas vieram a tona...

Nunca tinha sido roubada antes. Sensacao desagradavel. Pior, roubo que nao posso comprovar. Preencher formularios ou ligar p/ reclamar nao mudou nada e ainda tive que escutar que objetos de valor tem que estar sempre com a pessoa. Well, I know that! Por isso que o nome e’ "mala de mao"! A ideia era te-la comigo o tempo todo… Enfim, e’ horrivel a impotencia. Nao tanto pelos objetos que senti falta… As memorias que continham e’ que parecem terem sido roubadas; a maioria das pecas me foram dadas por minha mae em ocasioes especiais: meus 15 anos, o anel de formatura, brincos de perolas que ela tinha desde antes de eu nascer… Nenhum outro item naquela mala poderia me provocar qualquer emocao como aquelas pecas… O restante seriam apenas perdas materiais.
O vento forte fazia com a chuva se espalhasse e o guarda-chuva insistisse em abrir em direcao oposta ate quebrar. Relembrar tal acontecimento essa manha mexeu comigo. No instante seguinte estou eu tentando extrair algo de positivo. Um perfeito exercicio de selecao da memoria: guardar apenas o que realmente importa. Ter orgulho de nao permitir me apegar a coisas. Quando cheguei aqui em Boston pela primeira vez, so trouxe uma mala. Tudo que eu ia precisar coube ali. A felicidade e’ assim tambem, precisa de muito nao…

Por uns instante, baixei o guarda-chuva e deixe sentir a chuva fina no meu rosto… Me senti piegas, mas nem liguei...

Thursday, May 19, 2005

Montanha-russa Emocional

Em um ato quase mecanico eu tiro os oculos escuros em ambientes fechados ou quando converso com alguem. Adotar uma atitude “quero manter uma certa distancia”, tipico das celebridades, nao e’ p/ mim, mas cai bem quando meu humor nao esta la essas coisas… Mantive os oculos escuros hoje dentro da estacao de metro. Queria poder passar despercebida. A chinesa conversando ao celular ao meu lado me incomodou. Precisava de silencio e distanciamento da realidade. Por tras dos oculos minha mente anda mais inquieta que nunca…

Trabalhar com criacao e’ padecer no paraiso… Mergulhei num mar de questionamentos profundo em busca de respostas paras questoes levantadas na ultima apresentacao. Como arquitetura pode materializar tantas questoes abstratas?… Como, durmo, trabalho, e elas ainda la. De repente, perdi a concentracao para outros aspectos comuns ao dia-a-dia e, de alguma forma, me desintonizei com o tempo. As questoes pairam em minha cabeca como aquelas nuvens negras de desenhos animados que me seguem a todo lugar. Quando percebo estou imovel encarando a tela do computador no trabalho ha mais de 5 minutos sem perceber… Sei que nao sao questoes com “sim” ou “nao”, mas o resultado do amadurecimento de ideias, um processo que poderia durar uma vida; no meu caso, eu tenho apenas algumas semanas ate a proxima apresentacao… A verdade e’ que desde minha ultima banca a pressao psicologica que senti em ter que gerar resultados se intensificou. O pior e’ que nao sei o que mais ainda tenho que renunciar para trabalhar no meu projeto. Sera que vou sumir daqui? Hum. Nao sei... Escrever nesse blog tem me ajudado a manter a sanidade… Uma terapia Era Informatica. Ja cheguei a querer mudar o nome desse blog para “Diario de uma Tese”… Teria feito nao existisse em mim o desejo de reconhecer outros aspectos da vida ocorrendo a meu redor durante esse periodo. De qualquer forma, faria sentido, uma vez que eu conto os bastidores da montanha-russa emocional que e' o tempo envolvido em um mestrado. Aqueles que ja passaram por isso talvez se identifiquem comigo. Aqueles que literalmente tambem vivem suas paixoes ou batalham por seus objetivos podem achar que isso seja um elo de ligacao com o que escrevo. Minha particularidade ligada a particularidade de alguem. Pedacos do nosso ego que encontramos por ai…

A verdade e’ que, mesmo entendendo que a tese esteja consumindo meus neuronios ultimamente, eu preciso de forcas mais leves para contrabalancear. Afinal de contas, ha vida alem do meu umbigo… Por isso, para mim foi importante essa semana ter ido prestigiar amigos que estao apresentando suas bancas finais de tese. Minha amiga argentina deu show! Fiquei emocionada com o abraco apertado de parabens que o pai veio trazer pessoalmente. Poderia ser eu ali, caso eu nao tivesse interrompido o mestrado um periodo para cuidar de casamento e reforma na casa (feita com nossas proprias maos…). Tem nada nao. Para cada um seu tempo. Champagne na terca e cerveja na quarta. Como nao “bebemorar” na unica oportunidade onde e’ permitido servir alcool em sala de aula?! Terminei o dia sem “oculos escuros”, sem nuvens negras e feliz com a conquista dos amigos. Cheers!

Sunday, May 15, 2005

Palestra com Maya Lin


Maya Lin

Vao me desculpando a tietagem, mas eu tenho que contar essa... Ontem eu tive o privilegio de assistir a palestra de uma arquiteta que eu tenho grande admiracao, Maya Lin. Maya se tornou internacionalmente conhecida aos 21 anos, ainda estudante de arquitetura na Yale University, quando ganhou uma competicao dentre quase 1500 propostas para o Vietnam Veterans Memorial em D.C.. Desde entao recebeu outras comissoes para projetos de memoriais, apesar dela nao gostar de ter sua reputacao em torno de um tipo especifico de projeto. Alem de arquiteta, Maya e’ escultora, artista, designer. No processo de criacao nao utiliza computadores para imagens em 3D, mas tudo aquilo que ela pode moldar e sentir com as maos… Ha algo de fascinante quando o artista se envolve fisicamente na criacao de sua obra.

Para minha alegria, tive a chance de conversar com Maya Lin por uns 10 longos minutos no coquetel que foi oferecido apos a palestra. Alem de uma pessoa inteligentissima, e’ de uma simpatia contagiante. As ideias de Maya refletem profundamente muitas das minhas crencas sobre arquitetura e eis o motivo que sinto uma grande connecao com suas obras. Ela compreende a necessidade de integracao da cultura ocidental e oriental, o importancia de se considerer atos intuitivos em nosso design, a sensibilidade de criar um dialogo intimo entre arquitetura e elementos da natureza, a visao de arquitetura como multi-disciplinar, a capacidade de de tornar ambientes extremamente publicos em intimos e pessoais, a criacao de memoria atraves da experiencia dos espacos, a necessidade de humanizar nossas decisoes arquitetonicas... Maya nao so cria arquitetura, ela cria espacos-arte. Espacos nao para serem vistos, mas experimentados. Para minha surpresa, acabei descobrindo que ela esta envolvida em um projeto que esta diretamente ligado ao tema da minha tese, onde ela incorpora todos os sentidos humanos na experiencia da arquitetura. Uau! Pena que ela me disse que e’ um projeto ainda nao publicado. Sai dali com um sorriso no rosto que nem sei explicar. Nada como estar na presenca de pessoas que conseguem nos inspirar...

Hoje eu passei horas lendo e pesquisando mais sobre a arquiteta. Deixo aqui uma das frases de Maya Lin, extraida do livro que ela escreveu, Boundaries:

"I feel I exist on the boundaries. Somewhere between science and art, art and architecture, public and private, east and west. I am always trying to find a balance between these opposing forces, finding the place where opposites meet. Water out of stone, glass that flows like water, the fluidity of a rock, stopping time. Existing not on either side, but on the line that divides. And that line takes on a dimensionality. It takes on a sense of place and shape."
Maya Lin


Vista de dentro da Boston Public Library1

Lugar da palestra de Maya Lin


Trinity Church- Vista da frente da Boston Public Library Posted by Hello


Vista de Boston do Carles River

A caminho da palestra...

Friday, May 13, 2005

Recapitulando a Semana


De uma coisa eu sei nessa vida: a gente deve sempre se cercar de pessoas boas. Pessoas que nao so querem nosso bem mas tambem querem nos ver crescer. Pessoas altruistas. Porque e’ ilusao achar que conquistamos algo sozinhos. Tem um batalhao de gente por tras que para nos dar apoio sem nos percebermos. E quando o sucesso chega, e’ a elas que devemos agradecer. Foi esse meu sentimento essa semana. “Consegui” tirar folga tres dias da semana no trabalho para dar conta de mais uma apresentacao da tese. E quando eu volto meio encabulada ate, meu chefe ainda me vem com um sorriso no rosto e me pergunta: “Sooo?! How did it go?!” As vezes nem sei o que fiz para merecer…

Numa brincadeira com uma grande amiga, apelidamos minha tese de Benedita. Coincidentemente o parto sera ao final de nove meses. Acho que e’ por lembrar bendita. Sei la. Enfim, “Bene”, como gostamos de chamar. Parte de minha necessidade de culpar alguem quando algo sai errado. Se minhas unhas de inverno nao combinam com meus sapatos de primavera, CULPA DA BENE!... Entao, Bene aprontou de novo e me tirou o sono essa semana… O corpo ainda reclama… Tive que apresenta-la mais uma vez na minha Preliminary Review. Mostrar como ela esta comecando a tomar forma... Recebi elogios por ter aparentado tao relaxada durante a apresentacao. Nada! Era falta de sono mesmo. Foi torturante. Uma hora de apresentacao e mais de duas horas de intenso debate. As perguntas jorravam que nem correnteza de rio e eu tentando nadar em direcao contraria. Beeem diferente da minha primeira banca (Introductory Review), onde eu concentrei na explicacao do conceito para minha tese e as conclusoes de minhas pesquisas. Onde foram parar aqueles sorrisos e comentarios tao estimulantes??? Cade o cara que disse que era a tese mais ambiciosa que ele tinha visto nos ultimos 10 anos??? Cade minha gente?!!! Recebi um cheque em branco assinado na primeira banca e agora estavam comecando a me cobrar timtim-por-timtim pela “mercadoria” prometida. Tudo bem. A verdade e’ que a discussao que tive ontem me valeu mil vezes mais que os comentarios que recebi na primeira banca. A discussao em termos abstrato foi rica e provocou ainda mais meu pensamento. Foi quase uma hora de angustia em perceber que eles nao “viam” o que eu explicava ate que pude perceber a expressao facial “ahhhh” dos professores como se de repente tudo comecasse a fazer sentido. Dentro de mim uma palavra: amem! Um momento divino de alivio. Ai foi-se mais outra hora esclarescendo se o “ahhhh” era sobre o que era para ser mesmo.

Alem das minhas analises de programa e contexto, tres propostas foram apresentadas. Todos os desenhos em 3D e maquetes que “madruguei” fazendo foram ignoradas. Por outro lado, os desenhos a mao livre contaram toda estoria. Fiquei proibida por minha orientadora de colocar tanto esforco para produzir “pretty boards” (16 ao todo). Muito cedo nessa fase, deixemos essas preocupacoes para a banca final. Verdade, afinal ali so importava a discussao de ideias e, para representa-las, lapis e papel deveriam ser suficientes. Eu nao aprendo!
...
Quero sair amanha e voltar a ser interessante para o mundo: o outro; o nao-ligado-a-arquitetura mundo. Ali, onde existem bandas de jazz e amigos para encontrar. Tudo combinado para amanha a noite. De quebra, jantar em um restaurante Afeganistao. Gostei da ideia, achei exotico. Fora isso, dar atencao total e irrestrita a meu marido; a pessoa que ja saiu da minha lista pessoal de pessoas boas para constar na lista das boas-demais-da-conta. So em mencionar que ele passou a quarta a noite no escritorio imprimindo minhas pranchas e voltou la na quinta as 5 da manha (!!!) para imprimir as 4 restantes (que eu terminei na madrugada anterior) ja diz tudo ne?! Enfim, vou tentar compensar meus dias de isolamento no escritorio. Esse fim de semana e' so relax...

Vida doida essa, um dia tudo intenso. Outro, intenso de nada.

Monday, May 09, 2005


Museu de Castelvecchio Posted by Hello

Dei uma lida sobre as obras do arquiteto Carlo Scarpa hj, nao resisti e resolvi colocar essa foto no blog. Estou me preparando para a proxima apresentacao da minha tese quinta-feira. Ate la, infelizmente nao terei tempo de passar por aqui. Espero sobreviver!...

Friday, May 06, 2005

Ignorando Prazos de Validade

Hoje eu cedi. Tinha me prometido nao iniciar mais amizades com “prazo de validade” do tempo que vao morar aqui... No comeco era diferente; a situacao nova de morar em outro pais e longe da familia trouxe uma conotacao maior a cada amizade que fiz aqui. Ai quando menos percebi, os anos passaram e chegava a hora de dizer adeus a tantos… Estudantes que terminaram seus cursos, outros que nao encontraram o almejado emprego ou mesmo aqueles que nao aguentaram a saudade do Brasil ou viram que estava na hora de voltar. Foram inumeras despedidas... Morar fora tem dessas coisas. Eu nao me engano que vou me acostumar a dizer adeus, apenas aceito. Entao tento cultivar as existentes amizades ate-que-o-destino-nos-separe que moram aqui. Melhor assim, afinal eu ja me cobro muito dar conta das que tenho… Quero proteger a ideia de relacionamentos duradouros para mim antes que eu vire personagem de um mundo virtual, onde todos os amigos estao do outro lado da tela. Outra ironia, fazer tese nao e’ o assunto mais excitante para escrever para os amigos contando as novidades… Enfim… Tem sido assim por um booom tempo. Como toda regra tem excecao, ignoro prazos de validade quando sei que a pessoa brasileira e’ arquiteto(a) tambem. Ai la fui eu hoje almocar com uma paulista super simpatica que conheci pela internet. Foi otimo.

Ela vai embora na primeira semana de junho.

Thursday, May 05, 2005

Em um Minuto

“Em uma sentenca, Lu”. Meu professor tenta conter meu impeto de me prolongar na resposta a outro aluno. Eu tinha acabado de fazer minha apresentacao e nao poderia me extender alem do tempo permitido para duvidas e comentarios. Mordo a lingua. Ser suscinta. Que desafio... Escolher as palavras com tanto cuidado que saiam na me-di-da, nem mais nem menos. Outro crime: usar termos que generalizam; estes enfraquecem o discurso e esvaziam o conteudo. Exemplo, nada de “o filme foi otimo”. Nao diz nada. Fora de questao numa aula que procura aprimorar nossa comunicacao (Oral Presentation Skills). Eu penei na aula de Ideas & Design para escrever defesas limitadas a 300 palavras e agora nem falar eu posso com liberdade. Hum. Tambem nao e’ assim... O desafio e’ concentrar na essencia do pensamento, podar tudo aquilo que e’ extra ou que desvia a atencao, e nao limitar ideias. E’ como assitir um debate politico na CNN e escutar o host do programa dizer no final: “ok, um minuto para cada um encerrar!” E a mensagem sai mais poderosa que os outros 20 min do debate. Comparando com arquitetura, e’ como tirar todos os acessorios do ambiente e poder reconhecer a presenca das linhas principais definindo o espaco. Em um minuto podemos extrair a essencia minimalista de tudo…

Ops, meu minuto acabou.