Saturday, April 01, 2006

Encontre seu Mentor (es)


Ian Taberner lecionando aos alunos no dia que eu fui professora assistente na
Boston Architectural Center.

Eu ja disse aqui o quanto eu gosto do meio academico? Para mim existe algo fascinante em estar numa sala de aula, numa biblioteca ou simplesmente batendo papo com os professores depois da aula. Sei que muitas vezes ter assistido aula aqui ate as 10:15 hrs da noite, mais de uma vez na semana, e apos um longo dia de trabalho, foi bastante cansativo, mas eu tambem recordo de amar ca-da mi-nu-to que eu estava ali. Desde que terminei meu curso, confesso que tenho sentido falta do ambiente academico e tudo que ele oferece. Adoro ter desculpas para participar de eventos, palestras ou atender a apresentacao de tese de amigos. Por isso fiquei tao animada com o convite para ser professora assistente do diretor da escola tres semanas atras. Era so por um dia, mas um looongo dia: das 9:00 da manha as 9:00 da noite. E’ o chamado “sketch problem”, onde os alunos recebem um projeto e, ao final do dia, eles tem que entrega-lo com plantas, elevacoes, maquete e um texto explicativo de ate 100 palavras.

Passei o dia com Ian Taberner, arquiteto canadense e diretor do curso de arquitetura da BAC (www.the-bac.edu), tirando duvidas e auxiliando os estudantes na tarefa. O melhor do dia foi bater papo com Ian, ele sempre tem estorias profissionais interessantisimas para contar: experiencias de ter trabalhado no no escritorio de IM Pei, sua entrevista com Phillips John, a epoca que ele morou na Grecia estudando arquitetura, premios ganhos em concurso nacionais, sua paixao por Harley Davidson, etc, etc… Alem disso, ele fala de arquitetura com paixao e a sensibilidade de um poeta. Ele adora contar estorias e eu adoro ouvi-las. Foi nesse dia que a gente tambem conversou sobre meu futuro. Ele me fez a classica pergunta do como eu me vejo aos 50 anos, seja na minha vida profissional e pessoal. Coincidentemente, 50 anos e’ em media a idade que os grandes arquitetos comecaram a ter suas carreiras reconhecidas, nacional ou internacionalmente. Falei dos meus planos profissionais, opcoes de carreira, etc. Falei de minhas ambicoes e, muitas vezes, duvidas de escolha. Ele enfatizou a importancia de eu imediatamente comecar as estudar paras as 9 etapas de provas necessarias para eu tirar minha licensa como arquiteta dos EUA. Com a nova lei que esta sendo votada, a mesma licensa nos EUA permitira os arquitetos praticarem arquitetura na Europa e no Canada. Uau! Isso e’ o que eu chamo de almejar uma carreira internacional.

Pois bem, e’ muito importante termos mentores na vida. Pessoas com mais experiencia de vida e de carreira que possam nos passar suas licoes e ensinamentos. Pessoas que tem nosso respeito e admiracao. Quanto mais, melhor. Mentores para carreira profissional, mentores para decisoes financeiras, mentores para ensinamentso de lideranca, mentores para ensinamentos espirituais… Para cada questao, um mentor (clique em www.achievement.org/autodoc/like_me/findAMatch ). Tambem tenho mentores da vida: meus pais. Esses vieram com um bonus, porque meu pai tambem e’ uma enciclopedia ambulante. Literalmente. Nunca perguntei nada a ele sobre historia, geografia, esportes ou seja la o que for, que ele nao soubesse me responder. Se nao soubesse, la vinha ele com um dicionario ou enciclopedia na mao pesquisando.

Com a internet os mentores podem estar do outro lado da tela, ou nunca chegar a me conhecer. Eu investigo minhas opcoes para um determinado assunto e digo: “essa pessoa tem “isso” a me ensinar”. “ Isso” e’ aquilo que teremos em comum, nosso elo de ligacao. E quanto mais meu conhecimento sobre “isso” aumenta, mas eu posso repassa-lo para outro alguem.

Mesmo com a internet, nao ha como substituir o contato pessoal com um mentor. O meio academico me deu muitas oportunidades de aprendendizados unicos, impossivel resumi-los aqui. Ter encontrado professores que acreditam no meu potencial e’ um elogio indescritivel. Ian e’ uma dessas pessoas que acredita em mim. Uma das perguntas que ele me fez foi se eu teria interesse em ensinar no futuro. Desde entao essa pergunta paira na minha cabeca… Professora Triplett? How does it sound?:):)

Uma outra consequencia apos minha conversa com Ian foi eu ter sugerido na escola levar um grupo de estudantes para uma viagem de arquitetura para o Brasil. A escola ja tem programas que inclui Cuba, Paris e Mexico, entre outras. A proposta foi muito bem aceita e agora eu tenho que organizar um roteiro, o que eu venho discutindo com outros arquitetos do grupo de discussao de arquitetura do yahoo que eu participo.

Mentores sao essenciais para nosso crescimento. No meu exemplo, uma simples conversa e tantas reflexoes... Porque um mentor tem interesse genuino em ajudar, em repassar conhecimento e experiencias. Ninguem se elege mentor de ninguem, nos os selecionamos. Hoje me encontro onde planejei ha cinco anos atras. Agora, eu posso olhar para tras e dizer a mais alguem: “se eu consegui, voce tambem pode!”. E tudo que eu tinha era um sonho em minha bagagem.

Esse momento de reflexao se deu quando eu escrevia os agradecimentos do meu livro da tese. Pois para cada conquista, eu tive o apoio direto ou indireto de alguem. E um dia eu vou estar fazendo o mesmo por outra pessoa.

Porque a vida e’ essa constante troca.

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Tenho que terminar o livro documentando meu projeto de mestrado ate dia 28 de abril, a data da chegada de meus pais e irmao aqui. Infelizmente, mesmo com todo meu esforco de organizar horarios de trabalho, estudo, malhacao e lazer, acho que a epoca agora e’ de eu me concentrar em um so objetivo e te-lo como prioridade. Fora isso, estou fazendo umas pequenas reformas na casa e isso tambem tem consumido meu tempo. Me ausento por aqui, mas pretendo continuar visitando os blogs que gosto a medida do possivel.

Obrigada por quem passar aqui e ate a volta!